yogaterapia com amor.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

EU ENTREGO, CONFIO, ACEITO E AGRADEÇO.


Entregar...Abrir o coração
Resplandecer-se e encantar-se no aprendizado,
a cada manhã habitar-se no sol que nasce, ou acolher-se na chuva que cai enchendo de vida a terra...
Entregar ao mundo flores na qual carregam o perfume do meu alvorecer...


CONFIO...Na bem aventurança que em mim reside, na paz e no equilíbrio da vida...
Confio na jornada, e na semente que brota singela sem acreditar no grande jardim que possa vir a ser.
Confio no Divino, em mim e em você.

ACEITAR...
Que a verdade me liberta, que o aprendizado me ensina, e que quando a tristeza insiste em me visitar, a recebo como um bom anfitrião e depois despeço-me como tal. Aceitar que ela deixa a passagem pronta para a luz e alegria que é perene e jamais esteve distante de mim...





AGRADEÇO...Pai o dom da vida, da existencia, da criação e da transformação. Tua imagem nosso retrato, teu alento nossa respiração, tua voz...

OM...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A ENTREGA...


A tristeza é minha irmã de jornada assim como a alegria...
Impulsiona-me á crescer, á revisar, de vez em quando dar aquele passinho atrás, tão necessário á qualquer aprendiz...
A tristeza é parte de nossa estrutura emocional, mas não a sua totalidade, é parte de você, e não "todo você".
Todo o aprendiz do yoga compreende que nasceu para ser bem aventurado. E isso inicia lá na barriguinha da sua mãe, lá, onde você recebe tudo o que necessita do Divino, tudo lhe é doado na medida certa para o seu desenvolvimento.
O que acontece connosco é que nossas necessidades vão tomando proporções enormes...
Aquele carro necessário as minhas idas e vindas já não me serve mais, quero o mais caro! E em nome disso muitas dividas para ocupar minha cabeça de "coisas".
As vezes ocupando nossa cabeça de coisas esquecemos daqueles que estão ao nosso lado, que vendo muitas vezes nossas buscas tão vãs, tentam nos avisar. O que fazemos? Os deixamos de fora.
Vivemos em uma época em que talvez o nosso maior desafio seja o resgate de coisas simples como o simples olho no olho, uma boa conversa, o cuidado com a natureza de fora e de dentro.
A observação dos ciclos naturais da vida, a aceitação das estações, sejam de que tipo forem, a confiança de que tudo que necessitarmos nos será doado, assim como sempre aconteceu...
"Nunca foi diferente!"
Tua natureza é de bem aventurança (ANANDA) , para isso convide-se á realizar essas simples palavras do Professor Hermógenes dentro de sí:

- Sente na postura de sukhasana ou qualquer outra postura meditativa, como se você estivesse doando flores ao mundo repita: "Eu entrego".
-Agora entrelace suas mãos á frente do peito ( yoga mudrá) e repita: "Eu confio".
- Retorne o a doação que você fez da primeira vez á você mesmo e repita: "Eu aceito".
- Posicione suas duas mãos como se guardasse um tesouro dentro (samputa mudrá) repita: "EU AGRADEÇO".

Nesse simples ato de entrega, confiança e agradecimento evidenciamos um dos Nyamas (códigos espirituais do Yoga), que tão profundamente e ao mesmo tempo com uma natureza tão simples, o professor Hermógenes nos apresentou..."ISHVARA PRANIDAMA".
Ishvara Pranidama ( entrega ao Senhor) nos convida a observância de que nossa vida é ligada ao DIVINO e de que fazendo parte "DELE", todas as nossas questões sejam de que tipo forem virão a tona. E que muitas delas, apenas são compreendidas através da "entrega á ELE".
"Namastê"
Jane Hefler.
Adorei essa entrevista com SWAMIJI DAYANANDA para o Vidya Mandir á respeito da tristeza, em seu ponto de vista ele nos convida a apreciarmos como parte integrante de nosso aprendizado, sem porém, nos determos á ela.
"namastê"

Satsanga com Swami Dayananda Saraswati
Pergunta: Swamiji, qual é a natureza da tristeza? Uma pessoa sábia sente tristeza?
Swamiji - A tristeza é algo que acontece quando você é colocado numa situação onde alguma dor está envolvida. A tristeza vem e vai pois as situações, acompanhadas por alegria e tristeza, SUKHA/ DUHKHA, vêm e vão. SUKHA-DUHKHA são parte do todo. Embora possam surgir a qualquer hora, não afetam a pessoa que tem esse conhecimento. SUKHA, naturalmente , é nós mesmos e DUHKHA pode vir, mas não tem domínio sobre a pessoa, porque não mais existe uma confusão. O pensamento apenas ocorre. A pessoa não tem nenhum controle sobre os pensamentos que surgem, nem há qualquer necessidade de controlá-los.
A pessoa que compreende o que é real, simplesmente permite que os pensamentos ocorram. Pensamentos vêm e vão automaticamente. Nenhuma ação é necessária de nossa parte. Os sentimentos manifestam-se como pensamentos e esta é a única realidade que têm. Fome e sede também pertencem à mesma ordem de realidade da mente - uma realidade empírica. Uma pessoa sábia também experiencia fome e sede, assim como emoções, mas ela sabe que porque elas têm apenas uma realidade empírica, não afetam sua plenitude. Tal pessoa sabe: "Tudo isto sou eu, mas eu sou mais do que tudo isto". Tudo o que acontece, acontece. Esta é a visão. Desse modo, de que maneira a mente é, de alguma forma, diferente do corpo físico? Assim como o corpo tem de ser banhado e alimentado todos os dias, passar por dores, doenças e tudo mais a que está sujeito, assim também a mente. A mente pode ter seus pensamentos, mas eles são, todos, anulados para uma pessoa que tem a visão total.
Quando os pensamentos vêm, não há nada para segurá-los. De qualquer modo, nenhum pensamento permanece por muito tempo. Um pensamento é momentâneo: ele vem e vai. Mas pode haver uma consistência no pensamento desde que, naturalmente, nós o sustentemos. Conhecendo a natureza do que é real, o sábio não sustenta pensamentos de tristeza.

domingo, 5 de abril de 2009

Nos dias de hoje, em que o consumismo faz parte de nossas vidas, até mesmo o yoga passa a ser reduzido apenas a mais um objeto de consumo. Recentemente, li um anúncio em uma revista de Yoga americana que dizia: "Yoga para atletas - sem canto do mantras, sem sânscrito e sem granola." Não há dúvida de que o Yoga facilita a prática de esportes, mas a questão vital é se a prática limitada apenas as posturas (ásanas), divorciada das raízes, tradição e contexto do Yoga, deveria ser chamada de Yoga.
Para responder esta questão, é fundamental definir os princípios essenciais do Yoga. Em português a palavra Yoga tem 4 letras. Do ponto de vista da Yoga Integrativa, Yoga tem quatro pilares ou princípios fundamentais, analogamente sendo representados por cada uma de suas letras. Para usar a palavra Yoga, todos esses princípios deveriam estar presentes. Os 4 pilares são:

1. Yoga Darshana - Esta é a visão do yoga que é apresentada na sua forma mais clara e suscinta nos Yogas Sutras de Patanjali, cuja essência poderia ser resumida da seguinte maneira:
. Segundo o yoga, a felicidade que as pessoas normalmente buscam externamente só pode ser encontrada dentro de nós mesmos. Há um Ser interior que é a fonte de felicidade, aguardando para ser descoberto.
. Nossa personalidade é útil para administrar nosso dia-a-dia, e por esta razão, deve ser honrada e respeitada. Todavia, este ser cotidiano precisa ser guiado e inspirado pelo Ser Real, o Espírito.
. A descoberta do Ser Real precisa de prática e compromisso, não porque esse Ser esteja distante de nós, mas por causa dos condicionamentos que obscurecem o Ser espiritual que já somos, causando confusão e sofrimento. Yoga nos ensina como eliminar tudo aquilo que não somos, para que aquilo que realmente somos seja revelado.
. Yoga é a experiência direta do Ser Real, Infinito, Ilimitado e Completo em si mesmo. Essa experiência vai além de filosofias, deixando nosso dia-a-dia com mais luz, paz e felicidade.

2. Yoga Marga - É o caminho do Yoga como um processo de transformação que abrange todos os aspectos da pessoa. Yoga é a uma escola de vida em que usamos a prática formal de Yoga e nossas experiências no mundo para adquirir o auto-conhecimento. Sob a perspectiva do Yoga, o enfoque primário da vida é o processo de transformação interior, e não um processo de enobrecimento do eu pessoal com suas conquistas e competições no mundo.
Essa jornada da alma na busca de sua própria natureza requer o uso de todo nosso potencial, porque traz para a superfície todas nossas crenças sobre nós mesmos e sobre a vida. Ao longo deste processo, a personalidade vai sendo totalmente transformada em um veículo do Espírito. Esse processo, que deveria ser gradual, exige os seguintes ingredientes:
. Uma tomada de consci6encia cada vez mais abrangente, onde nos mantemos como testemunhas, ao mesmo tempo não negando nossas emoções e nem tampouco expressando-as inconscientemente.
. Auto-aceitação, quando reconhecemos que todas as nossa ações passadas tiveram apenas um mesmo objetivo: aprendizado, amadurecimento e transformação Para nos guiar até o momento presente, o único momento onde existe a possibilidade de liberdade.

3. Yoga sadhana - A prática de Yoga (Yoga Sadhana) é um veículo que facilita nossa caminho de Yoga (Yoga Marga) para que realizemos a visão do Yoga (Yoga Darshana). Em todos os textos sagrados do Yoga, a visão, o caminho e a prática são apresentados como um conjunto. Cada linhagem e tradição de Yoga tem seus próprios veículos e ferramentas.
No caso da tradição do Hatha Yoga, as posturas são apenas uma parte de um conjunto maior que inclui todos os oito passos do Asthanga Yoga:
. Yamas e Niyamas: valores fundamentais que sustentam a prática.
. Asana: habilidade de nos mantermos nas posturas de Yoga e na vida diária de forma estável e confortável. Esse estado gradualmente se torna natural e sem esforço.
. Pranayama: habilidade de expandir e canalizar nossa energia através da práticas de respiração e mudras, libertando nossa energia vital. Pratyahara: internalização dos sentidos para nos enfocarmos na vida espiritual.
. Dharana: habilidade de nos mantermos plenamente focalizados na prática formal e na vida diária.
. Dhyana: habilidade de nos mantermos em um estado de meditação, no qual o corpo, a respiração, a mente e o espírito se alinham com o Ser Real.

4. Yoga Sadhya - O quarto pilar engloba o último anga de Patanjali, Samadhi, que consiste em uma experiência de liberdade em todos os níveis do Ser, onde vivenciamos nossa própria natureza infinita, repleta de energia, paz e amor.

Resumindo, como se escreve a palavra Yoga na sua prática? Se todas as letras estão presentes, você poderia expressá-la em uma só palavra:

OM

por Joseph Le Page

Este texto foi escrito pelo professor Joseph La Page, um doce coração iluminado que sempre convida a todos, o conhecimento e a busca pelo YOGA, utilizando-se de uma linguagem simples e natural,a quem faz da paz de espirito sua verdadeira morada.
OM SHANTI OM.
Jane.
Poema Se (Professor Hermógenes - Hatha Yoga)
Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,

Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...


Se, ainda presa do grande embuste,

Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

(Professor Hermógenes - http://www.profhermogenes.com.br )