yogaterapia com amor.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um pouco sobre o "sagrado feminino" pela aluna Jane Petry:

Mistérios antigos e seu efeito...

Desde o início, os homens passaram a observar que apenas as mulheres geravam novos seres, e isso parecia ser um dom mágico pertencente a elas, uma vez que o ato sexual não estava relacionado à criação.
Então, a mulher era o centro, pois o futuro da tribo dependia dela.
A divindade criadora do Universo foi primeiramente reconhecida como a Grande Deusa Mãe.
Cada mulher era uma representante da Deusa na Terra.
A linhagem respeitada era a matrilinear, e os bens e ensinamentos eram passados de mãe para filha.
As primeiras manifestações religiosas ao redor de todo o mundo cultuavam o Sagrado Feminino.
Isso é comprovado por arqueólogos e historiadores, através das estátuas encontradas que datam do Neolítico e do Paleolítico Superior, como as Vênus de Willendorf e do Nilo.

O culto ao Deus estava relacionado às caçadas e aos homens, mas ainda sob égide da Deusa, pois Ela era a Senhora das Feras.
Nessa época surgiu a relação mágica e espiritual entre a caça e o caçador, porque a reprodução e saúde dos animais eram necessárias para alimentar a tribo.

O homem então teve o seu primeiro culto masculino, ao se ornar com chifres representando o Deus que morre em cada animal que é caçado.
Quando esses povos primitivos da Europa começaram a guerrear entre si, os homens passavam muitas temporadas fora, foi aí que perceberam que suas mulheres não engravidavam durante a sua ausência.

Então, percebeu-se que para haver a criação, a união do Feminino com o Masculino tinha de acontecer.

Os homens tinham, no início, medo do poder criador da mulher. E assim iniciou-se um processo de supervalorização da figura Masculina; para que os homens se sentissem mais fortes, era preciso rebaixar o poder da mulher e da Deusa. Junto à ascensão dos Deuses Masculinos, houve o movimento de substituição gradativa do matriarcado pelo patriarcado.

A sociedade enquanto matrifocal era mantenedora da paz. Oferecia a todos, homens e mulheres, os mesmos direitos, afinal eram uma grande família, pois todos eram filhos Dela.

O patriarcado trouxe junto com ele sentimentos e valores que até então eram desconhecidos.
Os homens no poder passaram a valorizar apenas a figura e a posição masculina, então a noção de importância foi completamente direcionada para a guerra e disputas.

Apenas os mais fortes e sadios eram respeitados, colocando assim as mulheres, os deficientes e até mesmo os homens idosos em uma posição desfavorável.

Essa sociedade tornou-se violenta, preguiçosa e gananciosa. Um bom exemplo dessa diferença entre os valores de uma sociedade matriarcal e outra patriarcal são as noções de matrimônio, casamento e criação de seio familiar, e patrimônio, bens em geral ou acúmulo de valores.

De qualquer maneira, muito falamos sobre as feridas que o patriarcado causou nas mulheres, mas nos esquecemos que os homens também são vítimas das atitudes de seus antepassados.

...Os homens sofrem com o patriarcado desde o momento de seu nascimento. Pergunte a um pai o sexo do seu filho que acaba de nascer, e se for masculino, na maioria das vezes a resposta recebida é “Meu filho é homem”, quando na realidade não passa de um bebê.

O contrário não acontece; sendo o sexo feminino, o mais provável de se ouvir é “É uma linda menininha.”.

Até o direito de ser criança foi negado aos homens por muitas eras.
Só que as marcas da repressão continuam dentro desses homens por toda a vida, por mais que estejam muito bem escondidas, assombrando-os de vez em quando apenas.

Vide a quantidade de assassinos, estupradores, psicopatas em geral que hoje temos aos montes em todos os presídios – vale lembrar que a grande maioria dos crimes é cometido por indivíduos do sexo masculino.

As mulheres como foram colocadas de lado na sociedade, criaram seus próprios costumes e passaram a viver em grupo, em apoio mútuo.

Os homens não têm esse privilégio, pois são criados para se virarem sozinhos, sem precisar do apoio de ninguém – pedir ajuda inclusive é motivo de vergonha para muitos homens.

Os homens são criados para serem assim, duros, frios e sem sentimentos. Homens não choram sob hipótese alguma, não demonstram carinho e afeto por ninguém, não sofrem por amor.

Aliás, homens não amam, transam, e com a maior quantidade de mulheres que for possível.
Um homem é criado para ser sempre o melhor, e se ele não for o chefe da empresa em que trabalha, será sempre um perdedor. Ganhar menos que a esposa é um insulto à masculinidade.

Muitos podem pensar que isso é machista e que por isso coloca os homens em situação melhor que a das mulheres, mas não.

Os homens assim são eternos meninos sofridos, e muitas vezes transformam essa dor e sofrimento em uma máscara de mais machismo e arrogância.

Vamos olhar mais para dentro de nossas casas, e buscarmos perceber essas limitações nos homens de nossas próprias famílias. Muitas vezes, o que o seu pai ignorante e grosseiro mais deseja é receber um beijo carinhoso e ouvir a doce melodia de um “Eu te amo.”.

Esses atos simples e afetuosos têm um poder transformador incomensurável.
e assim criarmos nossos filhos – sejam homens ou mulheres – em uma sociedade mais justa, com valores centrais mais humanos.
E assim a imagem por tantos anos sustentada do Sagrado Masculino como castrador e tirano pode ser transformada em um Deus carinhoso e protetor, um verdadeiro Pai. O Filho e Consorte da Grande Mãe.
Jane Petry.